Em nosso terceiro dia de mochilão pelo Chile, um bate-volta para as cidades de Valparaíso e Viña del Mar permitiu nosso primeiro contato com o Oceano Pacífico.
Como chegar em Valparaíso e Viña del Mar
1h30 de ônibus para o litoral chileno.
Era dia de visitarmos Valparaíso e Viña del Mar, mas como achávamos que gostaríamos mais de Valparaíso, decidimos ir direto para lá.
Para ir para estas cidades saindo de Santiago, basta pegar um ônibus das empresas Pullman ou Tur-Bus que saem a cada 15 minutos do Terminal Alameda ou do Terminal Pajaritos.
De onde estávamos era mais fácil ir para o Terminal Pajaritos. Então pegamos o metrô da Estação Santa Lucia (660 CLP = R$4 para cada) que fazia parte da mesma linha de metrô.

Deixamos para comprar as passagens de ônibus da Tur-bus na hora (o que foi ruim e bom, vamos explicar por que mais para frente) e pagamos 3.000 CLP cada (R$18).
Enquanto esperávamos o ônibus, ficamos admirando a paisagem ao redor do Terminal Pajaritos (de onde conseguíamos ver a Cordilheira dos Andes), e conversando com os cachorrinhos, rs.


Valparaíso Chile
A famosa cidade das casinhas coloridas e seus grafites.
A viagem foi bastante tranquila e rápida, em 2 horas estávamos em Valparaíso.
Não tínhamos pesquisado nada sobre a cidade, então paramos no centro de informações turísticas, pegamos um mapa e algumas dicas.
Dali, rushamos para conhecer a cidade!
Valparaíso é uma das maiores e mais populosas cidades do Chile.
Sedia importantes instituições de porte nacional, como o Serviço Nacional de Alfândegas, o Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura, o Ministério da Cultura e o Quartel Geral da Marinha do Chile.
E é famosa por suas grandes instituições de ensino. Escolas primárias e faculdades que são herança das colônias europeias que se instalaram por ali, e hoje são algumas das melhores instituições do país.

A cidade se caracteriza também por sua série de morros e colinas, que ao todo somam 42 locais cheios de particularidades.
O Cerro Barón, que hoje conta com instalações universitárias, serviços públicos e a antiga Igreja de San Francisco. Ou o Cerro Concepción e Cerro Alegre, que fazem parte da história de comunidades de origem inglesa e alemã que residiram na cidade de Valparaíso.
Toda sua área histórica foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 2003.
E como fazemos quase tudo a pé, rs, a moça do centro de informações turísticas disse para seguirmos o seguinte caminho:
Sair do terminal de ônibus pela rua Uruguay > Entrar na Avenida Brasil > Seguir reto até chegar no bairro Concepción > Subir de ascensor (uma espécie de elevador) até o Cerro Concepción.

Na parte baixa da cidade, Valparaíso é na realidade uma cidade bastante feia, rs. Falando na sinceridade, haha.
A avenida Brasil é uma avenida margeada pela linha do trem de superfície (que leva até Viña del Mar) e pelo mar. Mas entre a cidade e o mar existe um muro gigantesco que não te permite ver nem a cor do oceano!
Além disso, a cidade é bastante suja, os prédios são antigos e mal cuidados.
Cerro Concepción Valparaíso
Um dos mais famosos cerros da cidade.
Pagamos 300 CLP cada (R$1,80) para subir o ascensor Concepción em 5 segundos.

Lá em cima, no Cerro Concepción, a cidade é bastante bonitinha, tem algumas casinhas construídas de madeira, todas coloridinhas, muitas barraquinhas de artesanatos e alguns restaurantes MUITO caros.
Para você ter noção pagamos 1.800 CLP – R$10,90 em uma empanada, enquanto havíamos pago 800 CLP – R$4,80 – em uma empanada em Santiago.
AH! A cidade é famosa também por conta de seus inúmeros grafites, alguns realmente são muito bons. Mas na sinceridade novamente, para quem vem de São Paulo, a alguns deles não era grande coisa.

“We’re happy, we’re not hippies”
É a frase que vimos escrita em uma escadaria e da qual nos lembramos toda vez que falamos sobre Valparaíso.
E realmente, não dá pra hippie nenhum viver naquele lugar. Cheio de concreto, sem árvore nenhuma e com preços exorbitantes, rs.
Deu para perceber que não gostamos muito de lá, né? Mas foi uma percepção pessoal, muita gente gosta.
Bom, como nossa viagem não se resumia a tomar café, comer em restaurantes bons, e apreciar a arquitetura, realmente, não era o nosso lugar.
Descemos o cerro a pé, e demos um bizu no porto.
Ali você vê muitas placas de evacuação para casos de tsunami, e o mais assustador é que semanas antes de partirmos para o Chile, o país havia soltado um alerta para terremotos e tsunamis.

Como chegar em Viña del Mar
30 minutos de ônibus urbano de Valparaíso.
Valparaíso e Viña del Mar são cidades muito próximas! Então é muito fácil fazer um bate-volta passando pelos dois lugares.
Lá embaixo, de frente ao porto, você consegue passear pela Plaza Sotomayor que por muito tempo funcionou como ponto fiscal do porto, e hoje é um sítio arqueológico.
Na frente da praça, na Avenida Errazuriz, você consegue pegar um microônibus para ir a Viña del Mar. E já que não havíamos gostado muito de Valparaíso, decidimos partir.
Custou 400 CLP cada (R$2,40) a passagem para Viña del Mar. Outra opção é ir de trem de superfície, mas para pegá-lo, você precisa ter um cartão.
Foram 15 minutos de viagem passando pela costa (iuhul, conseguimos ver o mar de perto!), e nossa primeira impressão de Viña del Mar foi “Parece Santos” (referência fácil para os paulistas).
Viña del Mar nada mais é do que uma cidade litorânea cheia de prédios de alto padrão, mas com uma praia que quase ninguém nada.

Viña del Mar Chile
Uma das mais famosas cidades litorâneas do Chile.
Viña del Mar nasceu da fusão de duas fazendas, uma delas a Siete Hermanas, que plantavam vinhedos que deram nome à cidade “la viña de la mar”.
Em 1855 construiu-se a linha ferroviária entre Valparaíso e Viña del Mar, que fez com que a cidade começasse a ser povoada de forma que em 1930 ela já estivesse toda coberta por edificações.
O que fazer em Viña del Mar
Um roteiro simples e despojado.
Não sabíamos muito sobre o que fazer por lá, tínhamos lido alguns reviews na internet que diziam sobre a observação de lobos marinhos, mas toda vez que perguntávamos sobre eles à alguém, ninguém sabia nos responder se eles existiam ou onde ficavam.
Descobrimos só em São Pedro de Atacama, que os lobos marinhos ficavam em uma parte muito distante da cidade. Perdemos a oportunidade (mas se você se interessa por isso, nós acabamos conhecendo esses bichinhos adoráveis em Arica) 🙁
Ao redor da cidade tem também Algarrobo, um resort que tem a maior piscina do mundo. E Isla Negra, onde fica uma das casas de Pablo Neruda.
Porém, como estávamos fazendo quase tudo a pé, não valia a pena, era tudo muito longe.
Decidimos passar então por um supermercado e comprar algumas comidinhas e cervejas para ficarmos tomando na areia da praia que fica na Avenida Jorge Montt. E assim curtimos o final de todo o nosso dia.
(DICA DO LEITOR: Embora tenhamos bebido em público no Chile sem nenhum problema, isso não é permitido no país! Só descobrimos isso anos depois, com o comentário de um leitor aqui no blog. Então, para evitar qualquer problema, não repitam isso em sua visita ao país, rs. Bebam apenas em locais fechados).

Estava ficando tarde, então partimos para o terminal de ônibus para voltar a Santiago. Levaríamos mais ou menos 30 minutos para chegar ao terminal a pé.
Conseguimos chegar só perguntando às pessoas na rua, sem mapa. Não é muito difícil, ele fica na Calle Valparaíso perto do Teatro Municipal.
No meio do caminho ficamos com vontade de ir ao banheiro, então paramos em um posto de conveniência.
No Chile quase TODOS os lugares cobram para usar o banheiro, e no posto de conveniência não foi diferente. Perguntamos a moça que trabalhava lá se poderíamos utilizá-lo, e ela disse que só poderíamos se comprássemos alguma coisa.
Beleza, decidimos rachar um café com leite. Na hora de apertar o botão para o banheiro abrir, ela simplesmente disse (em espanhol, claro):
– 1 café, 1 pessoa no banheiro.

Neste mesmo momento, uma mãe com uma criança (que não estavam consumindo, apenas o pai) foram ao banheiro utilizá-lo.
Não fazia sentido, e percebemos que era apenas vontade de usar o poder que ela tinha naquele momento. Então discutimos até que ela nos deixasse entrar. Nunca foi tão difícil usar um banheiro.

Como chegar em Santiago
Voltando do bate e volta do litoral.
Chegamos às 18h na rodoviária, e ela estava lotada!
Demos de cara com várias plaquinhas dizendo “Santiago Agotado”, “Santiago AGOTADO”, “SANTIAGO AGOTADO”!
Era 12 de Outubro, feriado também no Chile, e só nos demos conta no dia. Além de quase não conseguirmos passagens para voltar a Santiago, pagamos 7.000 CLP (R$42). Mais que o dobro do que pagamos na ida.
Pegamos um pouco de trânsito no caminho mas chegamos na capital.
Descemos na Estação Pajaritos, pegamos o metrô e descemos uma estação antes para descer na Estação Ahumada, um calçadão perto da Plaza de Armas. A gente esperava encontrar algum lugar aberto para comer, mas estava tudo muito vazio.
Paramos em um restaurante onde pagamos 5.800 CLP (R$35) por um pollo (frango) com fritas.
De lá voltamos ao nosso apartamento para arrumar nossas coisas, já que partiríamos para Calama e San Pedro de Atacama no dia seguinte.
Resumo dos gastos
Hospedagem em Santiago
Kitnet Cosyroom Q do Airbnb: R$121 por casal (1 noite)
Transporte Valparaíso e Viña del Mar
Metrô Santiago: R$8
Ônibus Santiago para Valparaíso: R$18
Ascensor Valparaíso: R$1,80
Microônibus Valparaíso para Viña del Mar: R$2,40
Ônibus Viña del Mar para Santiago: R$48
Alimentação (casal)
Café da manhã no terminal de Santiago: R$13
Empanada em Valparaíso: R$10,90
Café com leite Valparaíso: R$4,80
Mercado em Viña del Mar: R$26
Café com leite Viña del Mar: R$4,80
Jantar na Plaza de Armas de Santiago: R$35
Custos individuais (1 noite / 1 dia):
Transporte: R$78,20
Hospedagem: R$60,50
Comida: R$47,25
Passeios: R$0
COMENTÁRIOS
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Samuel Oliveira Chaves
mar 26, 2018Tomar bebida alcoólica em público no chile é crime. Só pra deixar claro pro pessoal que está lendo suas experiências.
Mari Sanefuji
mar 26, 2018Oi Samuel,
tudo bom?
Caramba, nós não tínhamos ideia disso, rs!
Valeu por avisar, e vamos inserir essa info em nossos posts.
Abraços,
Mari