Resumo do Relato Completo
Planejamento do mochilão pela Colômbia: Roteiro, Previsão dos Gastos, História, Geografia, Economia, Migração, Cultura, Câmbio, Informações Importantes e Curiosidades da Colômbia
Dia 04: Como sair do aeroporto, Onde se hospedar, Onde comer, Cidade Murada, Primeira Noite em Cartagena de Índias
Dia 05: Café Juan Valdez, Onde trocar dinheiro, Bairro Getsemani, Castillo San Felipe de Barajas, Convento de la Popa, Por do sol em Cartagena de Índias e Arepas Colombianas
Dia 06: Favela Tierrabomba, Alergia do sol, Último dia em Cartagena de Índias
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Acordamos meio sem saber o que fazer…
Estávamos pensando em ir a Playa Blanca ou Isla Baru. Duas praias que ficam perto de Cartagena de Índias que fazem jus ao mar do caribe (pois as praias de Cartagena mesmo são todas de água escura).
Mas como tínhamos acabado de sair de San Andres, não achávamos que essas praias seriam imperdíveis para nós. Então decidimos ficar em Cartagena para economizar.

Preparamos nossos pãezinhos na chapa, com suquinhos de caixinha, e tomamos café da manhã no hostel.
Depois começamos a conversar com a moça da recepção do hostel, que acabou nos passando a dica de ir para Tierrabomba. Uma ilha muito próxima de Cartagena.

Segundo ela, Tierrabomba era menos turística, mais local, e menos cheia que Bocagrande (a área chique de Cartagena, onde as pessoas costumam se banhar na praia). Tinha um castelo, e a água do mar era cristalina.
Favela Tierrabomba
Tudo que nós queríamos era um rolê local em Cartagena! Poder ter contato com os colombianos de verdade!
Para isso, a moça do hostel nos passou a coordenadas para chegar até Tierrabomba:
1 – Pegar um ônibus do lado de fora da cidade murada para Bocagrande
2 – Pedir para descer no Hotel Hilton
3 – Atrás do Hotel Hilton, ir para uma praia onde encontraríamos vários barquinhos que nos levariam para a ilha Tierrabomba
4 – Não aceitar mais que 7 mil pesos por pessoa para entrar no barquinho. Ela disse que nos cobrariam mais, e que era para não aceitarmos
5 – Curtir as praias bonitas de Tierrabomba

Fizemos tudo que ela mandou. Quando chegamos para negociar os barcos, tivemos o seguinte diálogo:
- Nós: Queremos ir para Tierrambomba
- Moço do barco: 20 mil pesos cada fecho o barco para vocês, levo e depois combino horário para buscar
- Nós: Não, queremos pagar mais barato
- Moço do barco: Não tem como, esse valor é para lotação, e não tem lotação para Punta Arenas
- Nós: Nós não queremos ir para Punta Arenas, queremos ir para Tierrabomba
- Moço do barco: Não, vocês querem ir para Punta Arenas. Em Tierrabomba não tem nada, só tem gente assim (ele apontou para o braço dele – ele era negro)
- Nós: Não tem importância, nós queremos um passeio local mesmo. Vamos na lotação para Tierrabomba
A dificuldade no diálogo fez o moço do barco desistir de nós, e nos levou na lotação para Tierrabomba. Nós havíamos falado com todos os barqueiros, e só esse cara decidiu nos levar…
Mal sabíamos onde estávamos nos enfiando… E acabamos pagando 5 mil pesos cada para ir.
Eram 10 minutos de barco, muito rápido!
Mas nesse trajeto, nosso barquinho (que cabia no máximo 12 pessoas), teve que parar para “guinchar” um outro barco de um senhor, que carregava um monte de coisas (tipo colchão e eletrodomésticos) no barquinho dele.
Achei sinistro! Por que será que ele estava levando tudo aquilo daquele jeito?
Fomos ficando mais próximos de Tierrabomba, e o que eu comecei a ver da terra, começou a me assustar…

Muito lixo, umas casas muito pobres, tudo completamente esquisito. Estávamos em uma favela!
Descemos do barco e ainda pedimos informações para as pessoas sobre como chegar à praia. Ainda não havíamos entendido o que estava acontecendo…

Nos falaram que deveríamos atravessar a ilha, e que em 10 minutos chegaríamos lá. Era só andar pelo meio de algumas casas.
Perguntamos se era seguro, as pessoas disseram que sim, então fomos.
O caminho era mais estranho ainda, casas muito humildes e pobres, uns jegues relinchando muito alto (nunca tinha visto isso!), um cenário completamente árido, e quase ninguém.

Um menininho nos parou no caminho e perguntou para onde estávamos indo, dissemos que estávamos indo a praia, e ele ficou nos olhando confuso.
Chegamos do outro lado da ilha e avistamos a praia, não tinha nada lá!
Tinha um cara pescando com arpão no mar, e outro carregando pedras, SÓ! Não tinha comércio, não tinha quiosque, não tinha nada.

Achamos estranho, não estávamos vendo nada do que a moça do hostel havia falado para a gente… Só o mar, que realmente era um mar bonito e azul, mas não dava para nadar.
Foi nesse momento que entendemos por que que todos aqueles barqueiros queriam nos levar para Punta Arenas, e não para Tierrabomba, rs.
Estávamos com todas as nossas coisas (Canon, Go pro, celulares, dinheiro), mas ficamos um pouco cabreiros e não tiramos muitas fotos.
De repente apareceu Oscar, que morava há 20 anos em Tierrabomba e tinha uma vendinha na ilha.

Ele veio nos perguntando se estávamos sozinhos, e quando respondemos que sim, ele disse que era perigoso, e que ia nos levar de volta.
Nessa hora percebi o quanto estávamos errados em andar com tudo o que tínhamos. Segundo ele, nós poderíamos ter sido roubados, rs.
Seguimos andando com Oscar pelo caminho de volta, e ele ficou nos contando sobre os lugares bonitos da Colômbia, super orgulhoso das belezas naturais de seu país.
Ele nos levou até a sua vendinha onde compramos 2 gatorades (mas de uma marca paralela), tomamos um fôlego, agradecemos a atenção e saímos em direção aos barquinhos para voltar para Bocagrande.
O sol estava muito forte, então um dos caras que estavam ali, disse para esperarmos em uma tienda (tipo um butequinho), na sombra, que quando o coletivo saísse ele nos avisaria.
Foi super simpático e atencioso, mas ficou com 1.000 COP depois haha (foi pouco, valeu a atenção!).
Dessa vez pagamos 6.000 COP cada para voltar, e ficamos sem entender o por que da moça do hostel ter nos indicado ir para lá. Talvez ela tivesse se confundido, e na realidade queria nos indicar Punta Arenas, e não Tierrabomba…
Depois, quando estávamos no hostel perguntei para a moça se ela não nos tinha indicado o lugar errado. Ela falou que não, que era para termos ido para Tierrabomba mesmo.
Fomos pesquisar na internet, e realmente, as pessoas costumam ir para Punta Arenas! Mas Punta Arenas fica na ilha Tierrabomba, e talvez por esse motivo, ela pensasse que o lugar era o mesmo.
Também vimos várias matérias tristes falando sobre Tierrabomba:
La isla de Tierra Bomba… una bomba de tiempo
Tierra Bomba, la Colombia partida por la desigualdad que ignora el estado
TierraBomba, la isla de Cartagena donde el mar ‘se come’ las casas
A história desse lugar é realmente triste, e pudemos dar de cara com um dos piores cenários da Colômbia.
Foi só mais um fator para ficarmos chateados com Cartagena de Índias, essa cidade que todos amam, cheia de riqueza, e que há 1 km, tem essa pobreza que assombra.
Alergia do sol
De volta para a terra, decidi tentar esfriar a cabeça na água da praia de Bocagrande. Ainda estava um pouco nervosa, e chateada pelo que tinha acabado de ver… A situação das pessoas de Tierrabomba era triste.
Entrei na água e quando sai, vi várias bolhas no colo do meu peito. Fiquei assustadíssima!

Sai correndo da água e pedi para o Doug para pegarmos um táxi e ir embora. Gastamos 7.000 COP para voltar para o hostel de táxi, de Bocagrande.
E o que eram essas bolhas no colo do meu peito? Eram alergia ao sol.
O sol em Cartagena de Índias era muito forte e agressivo. Mesmo passando protetor solar, o sol agride a pele de quem não está acostumado.

Então fiquei com várias bolhinhas de água no colo do meu peito que começaram a descascar com o tempo (alguns dias depois).
Minha testa também estava marrom (bizarra), e depois que percebi tudo isso, comprei um chapéu que usei até o final da viagem.
Outra coisa que sempre acontece comigo, é que a minha pele sempre reflete o meu emocional. Toda vez que estou nervosa, aparece uma alergia diferente.

Então, não se preocupe. As bolhinhas que apareceram em minha pele foram a junção de dois fatores : sol + nervosismo. Isso não quer dizer que vai acontecer com você também, haha.
Mas se acontecer, passe um hidratante, e relaxe!
Último dia em Cartagena de Índias
O calor estava demais, e a minha preocupação com a alergia me fez ficar doida atrás de lugares frescos.
Ficamos um pouco debaixo do ventilador no hostel (pois de dia eles desligam o ar condicionado dos quartos). Depois fomos para a rua comer em algum lugar barato que tivesse ar-condicionado, e aí encontramos o subway.


Comemos nosso lanchinho, e ficamos um tempão mexendo na internet e escrevendo, enquanto nos refrescávamos no ar-condicionado.
Dali, decidimos assistir novamente o por do sol na muralha, e compramos mais cervejinhas de ambulantes, que custaram 3.000 COP cada.



Ficamos observando o por do sol, vendo pessoas tirarem fotos de casamento, e pudemos descansar e refletir sobre o que tínhamos visto naquele dia.
No dia seguinte nós iríamos para Santa Marta, outra cidade no norte da Colômbia, para conhecer o Parque Tayrona.
Então fomos até o supermercado Êxito, que ficava perto do hostel para comprar nossas passagens de ônibus.


Pagamos 30.000 COP (R$40) em cada passagem, saindo da rodoviária de Cartagena, para ir até a rodoviária de Santa Marta.
Voltamos ao hostel, e ficamos conversando com outra recepcionista.
Contamos para ela que iríamos para Santa Marta, e que havíamos comprado passagens no supermercado.



Ela falou que se tivéssemos comprado passagens de ônibus que saíssem do terminal Berlinda (um mais perto do centro), nós pagaríamos 35.000 COP (R$46,60) cada, mas não gastaríamos com táxi, e o ônibus faria o trajeto via litoral, com uma paisagem muito mais bonita.
Pena que não sabíamos disso antes!
Cozinhamos arepas novamente (dessa vez cozinhei mais tempo, e ficou bom!), e depois nos arrumamos para dormir, pois nosso ônibus sairia as 8h15, e teríamos que sair do hostel as 7h.
COMENTÁRIOS
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