Resumo do Relato Completo
Planejamento da Viagem: Roteiro de Viagem, Itinerário no MyMaps, Geografia da Argentina, História da Argentina, Economia da Argentina, Migração na Argentina, Cultura Argentina, Câmbio da Argentina, Informações Importantes da Argentina e Curiosidades da Argentina
Dia 01: História, Informações importantes, Como Chegar, Onde se hospedar
Dia 02: Itineário no My Maps, O que fazer, Escultura da Mafalda e o Paseo de La Historieta, Zajón de Granados e Casa Mínima, Uma discoteca projetada por Gustavo Eiffel, Avenida 9 de Julho e o Obelisco, Teatro Cólon, Livraria el Ateneo, Buenos Aires Design, Museo Memorias de la Dictadura Militar, MALBA
Dia 03: Itineário no My Maps, Feira de San Telmo, La Libreria de Avila, Plaza de Mayo, La Boca, El Caminito, Grafites em La Boca, Puerto Madero, Museo Fragata Sarmiento e Puente de La Mujer
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Teríamos apenas o final de semana para conhecer Buenos Aires, chegando em uma sexta-feira à noite e indo embora na segunda-feira de madrugada direto para o trabalho.
Conseguimos uma promoção relativamente boa (levando em conta que não tem como fugir da taxa de embarque de R$ 400), justo na data de aniversário da Mari que foi na sexta-feira deste fim de semana. Então nos demos esse “luxo” de passar o fim de semana na capital dos hermanos.

Buenos Aires é uma capital latina, diferente de outras que conhecemos (Bogotá, Santiago e São Paulo).
Podemos dizer que Buenos Aires é um mix entre as capitais que citei, não é tão calma quanto Santiago, mas nem tão agitada quanto Bogotá. São Paulo então nem se fala.
Dizem que Buenos Aires é uma cidade grande que não perdeu os costumes de cidade pequena.

Quando disse que Buenos Aires mantinha os hábitos de uma cidade pequena, não pense nos hábitos das famílias que moram no interior.
Buenos Aires tem sua história intimamente ligada à imigração européia, principalmente de italianos. Então quando falamos em “costumes de cidades pequenas”, entende-se “costumes de cidades pequenas italianas”.
Muitos cafés, restaurantes, e parques espalhados pela cidade, com uma tranquilidade difícil de encontrar quando pensamos em ir para uma capital.
Também não é exagero falar que Buenos Aires é a capital européia na América do Sul.

Andar por suas ruas, é como se sentir em outro continente.
E diferentemente da Europa, Buenos Aires tem uma coisa que os europeus nunca vão ter. O sangue latino-americano em suas veias, o que torna a capital de nossos hermanos, um destino imperdível 😀

Dia 01
História de Buenos Aires
Bom, não é surpresa nenhuma falar que os primeiros povos que habitaram a região, eram povo indígenas.
Para entender melhor a história de sua origem na região, é só ler nosso post de planejamento de viagem, que contamos toda a história da Argentina.
A história de Buenos Aires começa no ano de 1536, quando Pedro de Mendoza dá nome à esse importante pedaço de terra localizado ao lado do Rio del Plata. Nuestra Señora del Buen Ayre.
Mas pera aí, quem foi Pedro de Mendoza? Foi um general espanhol, que liderou os ataques da Espanha contra o Peru. E como recompensa, recebeu a coroa do ainda não conquistado território argentino.

Podemos chamar essa recompensa de “presente de grego”. Pois os indígenas argentinos resistiram por muito tempo, e com muita força as diversas ofensivas do império espanhol.
Tanto é que, em 1536, após os primeiro sinais de cidade aparecerem em Nuestra Señora del Buen Ayre, os indígenas arrasaram a cidade. Fazendo com que Pedro de Mendoza voltasse com o rabo entre as pernas para a Espanha no mês de abril de 1537.
Os espanhóis, insistentes, e movidos por poder de fogo, reestabeleceram controle da região. E em 1580, Juan de Garay, um dos líderes do exército espanhol, “inaugurou novamente a cidade”.
Desta vez de forma definitiva, dando a ela o nome de Ciudad de la Santísima Trinidad y Puerto de Nuestra Señora del Buen Ayre.

Os conflitos entre os povos indígenas, e os intrusos espanhóis, continuaram constantes na Argentina.
Tanto é que a cidade de Buenos Aires só passou a ganhar “importância” à partir do século XVII. Quando começaram a acontecer as missões jesuítas.
Que tinham os mesmos objetivos da colonização, expandir a cultura européia no continente.
Porém, os jesuítas usaram uma outra estratégia. Ao invés de impor aos povos locais como as coisas deveriam passar a funcionar, passaram a tratá-los com mais respeito. Fazendo com que os povos participassem das decisões.
Mas, o que era essa “missão” que veio com os jesuítas?

Esta tinha o objetivo de criar uma economia rentável para a região, e o dinheiro ganho, seria usado para expansão das universidades, e das igrejas já existentes em Buenos Aires.
Foi com as missões jesuítas que a Argentina (começando por Buenos Aires) deu início à produção de erva-mate e da carne bovina.

A partir de então, a economia dos portenhos passou a crescer, estimulando ainda a mais a vinda de imigrantes. Principalmente italianos, que também traziam mais plata (dinheiro) para a cidade.

Nessa época, a Argentina ainda era uma colônia européia.
Junto a tantos imigrantes, também vieram muitos intelectuais europeus (pois os intelectuais indígenas iam sendo dizimados dia após dia), e vendo que se sentiam em casa, estes começaram a luta pela independência.
Desencadearam a Revolução de Maio em 1810. E no dia 9 de julho de 1816, a Argentina finalmente soltou seu grito de independência.
O ano de 1910 foi marcante para Buenos Aires. Após séculos de economia muito ativa, junto à comemoração do I Centenário da Revolução (que trouxe muitos investimentos à cidade), os portenhos começaram diversas obras.
O que permitiu boa parte do desenvolvimento da infraestrutura urbana de Buenos Aires.

Foram construídos diversos prédios, muitas praças e ruas. E no ano de 1913 foi inaugurado o primeiro metrô latino-americano. O agora famoso Subté.
Como Chegar em Buenos Aires
Compramos as passagens no site da Gol por R$ 841 cada uma (R$ 441 de passagem + R$ 400 de taxa). Indo em uma sexta-feira, e retornando na segunda-feira de manhã direto para o trabalho.
- Ida: São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) 21:00 > Buenos Aires (Aeroporto Ezeiza) 23:50
- Volta: Buenos Aires (Aeroporto Ezeiza) 06:45 > São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) 09:30
Bom, sexta-feira, sair do trabalho e chegar no aeroporto com até duas horas de antecedência. Não é das tarefas mais fáceis vivendo em São Paulo.
A maneira mais barata de se locomover até o aeroporto de Guarulhos, é pegar um metrô até a estação Tatuapé, e de lá tomar um ônibus que vai direto ao aeroporto, por R$ 5,15.

Dessa vez não conseguimos fazer isso, pois o tempo era muito apertado. Pegamos o metrô até a estação Tucuruvi, e de lá chamamos o Uber que nos levou até o aeroporto. Saímos as 17h e chegamos no aeroporto por volta das 19h30.
Parando para calcular o tempo que levamos para chegar até o aeroporto, é quase o mesmo tempo de voo até Buenos Aires. É… São Paulo né? hahahaha

Saindo do aeroporto de Ezeiza
Buenos Aires possui dois aeroportos:
- Ezeiza (EZE): o maior aeroporto da cidade, e o que fica mais longe também. Pegar um táxi de Ezeiza sentido centro, leva em média 50 minutos. MUITO LONGE!
- Aeroparque Jorge Newbery (AEP): desembarcar neste aeroporto é um sonho pra qualquer um que chega na capital dos hermanos. Distante apenas 10 minutos de táxi do centro. BEM MAIS FÁCIL!
Como você que está lendo o post, deve ser igual a gente, e foi atrás da passagem mais barata, nesse momento você deve estar pensando. “PUTA QUE PARIU, O EZEIZA É MUITO LONGE, POR QUE O VOO NÃO VAI ATÉ O AEROPARQUE?

É meu caro, essa vida de ir atrás de passagem barata não é fácil não haha.
Então, para facilitar, vamos falar aqui como você pode fazer para sair de Ezeiza, e seguir sentido à sua hospedagem em Buenos Aires.
- Ônibus: a maneira mais barata é tomar um ônibus público, que custa apenas 2 pesos argentinos. Em contrapartida, a viagem dura cerca de 1h30. Quando desembarcar em Ezeiza, pergunte na central de informações onde é o ponto de ônibus para pegar a linha 8 sentido San Telmo. Infelizmente não temos muitas informações sobre o ônibus, pois não foi o transporte que escolhemos.
- Táxi: desembarcando no aeroporto, basta se dirigir até o balcão da empresa Táxi Ezeiza e solicitar o táxi já informando seu destino. A corrida até San Telmo custa em média 500 pesos (preços obtidos no primeiro semestre de 2016). Você também pode tomar um táxi na saída do aeroporto. Porém, lendo relatos, as pessoas dizem que existem alguns espertinhos, loucos para passar a perna nos turistas. Então, melhor prevenir do que remediar (na verdade o melhor mesmo é pagar mais barato ahhaha).

- Ônibus da empresa Manuel Tienda Leon: essa é a melhor opção se você estiver sozinho. Desembarcando em Ezeiza, procure o balcão da Manuel Tienda Leon. Os ônibus saem de 30 em 30 minutos. Custam 175 pesos, e te levam em 50 minutos até Terminal Madero, que fica próximo à estação rodoviária Retiro, no bairro de Puerto Madero. Caso seu hostel não fique próximo do terminal, você pode pegar um táxi. Ou MELHOR AINDA, no momento de comprar a passagem do ônibus, solicite também o serviço chamado de “Reparto”. Um transfer que vai te levar do Terminal Madero até seu hostel. O preço do serviço (ônibus + reparto) custa 200 pesos argentinos (ainda mais em conta que o táxi).
- Transfer do Nestor: foi a opção que escolhemos, e por conta disso vamos explicar melhor abaixo.

Transfer do Nestor
Pesquisando por aí sobre maneiras mais fáceis de se locomover do aeroporto de Ezeiza, até o centro de Buenos Aires, nos deparamos com algumas informações sobre serviços de transfer.

Nessa, conhecemos Nestor. Que tem um ótimo serviço de divulgação pelas redes sociais. E uma das coisas que deixa tudo mais fácil, é que ele se vira muito bem no português.
Pegamos seu contato, e fizemos toda a negociação pelo whatsapp.
Além de fornecer o serviço de transfer, Nestor também tem pacotes de turismo por Buenos Aires. Te arranja até um desconto no tango!
Foi tudo muito fácil de ser combinado. Fechamos o valor de R$ 150 pelo serviço de Transfer do aeroporto até o hostel, e R$ 80 do hostel até o aeroporto (a volta é mais barata, pois o motorista não necessita estacionar o carro e aguardar seu avião chegar).

Desembarcamos no aeroporto de Ezeiza às 23h50, e logo vimos um cara com uma placa com os nossos nomes.
O cara não era Nestor, que já tinha nos avisado que não trabalha de madrugada, e que uma pessoa estaria aguardando por nós no desembarque.
De uma maneira muito simples, nos sentimos super bem recepcionados em Buenos Aires. Nos apresentamos ao motorista, chamado Eduard. Ele tinha um grande sorriso no rosto, e insistiu para tirar uma foto nossa. Já que “A viagem começou!!” ahahha.
O trajeto até o hostel foi super tranquilo, e podemos dizer que valeu o preço. Fora a organização do serviço, que se mostrou super sério e pontual, o trajeto nos rendeu uma ótima conversa com Eduard. Um ucraniano que decidiu viver na Argentina.

A conversa foi tão boa que fizemos um post sobre Eduard. Se quiser, dá uma conferida aqui 😀
Segue informações de contato do Nestor:
- Página do facebook: facebook.com/nestorangelfernandez
- E-mail: nestor158_1@hotmail.com
- WhatsApp: +54 91133373878
Onde se Hospedar em Buenos Aires
Buenos Aires, além de ser metrópole, é também capital da Argentina. Ou seja, existem DIVERSAS opções de hospedagem na cidade.
É só entrar no site do Booking, que vão aparecer muitas, muitas opções mesmo. Outra ótima opção é buscar no AirBnb.

Os principais bairros para se hospedar são os bairros que formam a parte turística da cidade (com exceção de La Boca, que apesar de ser turístico e ter passado por muitas transformações, ainda dizem ser um lugar perigoso):
- San Telmo: o bairro com as opções mais baratas de hostel que encontramos. O bairro está localizado na região central de Buenos Aires, e acreditamos ser o melhor bairro para se hospedar em relação às áreas turísticas. A única parte ruim, que não é tão ruim assim, é que fica centro de uma metrópole. Então não espere paz e tranquilidade;
- Palermo: é um bairro, mais…. digamos assim, “elitizado” de Buenos Aires. As coisas são um pouco mais caras, com um ar mais burguês. O bairro também se destaca por ser uma região com muitos bares a céu aberto, e muito, MUITO arborizado. Uma ótima opção de hospedagem também;
- Puerto Madero: sinceramente não conhecemos ninguém que se hospedou por lá, e não é muito comum ler relatos sobre essa opção. Puerto Madero é um bairro com restaurantes CAROS, então não temos muito como recomendar;
- Recoleta: também não conhecemos ninguém que se hospedou por lá. O bairro tem opções tão em conta quanto San Telmo, e uma vida noturna bem movimentada.
Nos hospedamos no bairro de San Telmo e recomendamos muito. Tem fácil acesso para tudo: trocar dinheiro, alugar bicicleta, acesso fácil aos pontos turísticos, opções mais em conta para comer, além de ser o local da famosa Feira de San Telmo, que acontece aos domingos.

Ficamos hospedados no Hostel Art Factory. Pagamos R$ 43 cada por um quarto misto com 8 camas.
O preço foi relativamente salgado, mas podemos dizer que também valeu a pena.
Entramos no hostel às 2h da manhã, e foi super tranquilo. O atendimento é 24h, e logo que chegamos fomos muito bem recepcionados.
O hostel é todo grafitado, uns grafites BEM FODAS. E possui um terraço também bem FODA (desculpa a redundância, mas a estrutura do lugar é realmente bem legal). Também possui um bar que fica aberto até 00h, vendendo cerveja, e com algumas opções de comidas. Ah, o café da manhã também está incluído.

Bom, com tantas áreas comuns, é de se esperar que o hostel seja um hostel festeiro. Chegamos em uma sexta feira às 2h, e no caminho para o quarto fomos recepcionados por uma galera que já estava locassa! ahahahah. Foi bem engraçado.
Mas minutos depois essa mesma galera foi “mandada” para balada, para que os hóspedes não tão festeiros pudessem dormir ahhaa.

Dia 02
Onde trocar dinheiro em Buenos Aires
O próprio Art Factory trocava dinheiro, mas o recepcionista nos disse que não valia a pena. Nos indicou seguir até a Calle Florida, fica bem próxima ao hostel.
Na Calle Florida, você pode trocar dinheiro em uma das casas de câmbio, ou nas bancas de jornal (com um cotação mais vantajosa). Trocamos nas bancas de jornal, e não tivemos nenhum problema. Também não conhecemos ninguém que teve.

A rua também é famosa por ser um centro comercial, com muitas, MUITAS lojas! Mas não caia na falácia de achar que é nessa rua que se encontram os produtos mais baratos. Isso é lenda para PEGAR TURISTA!
Itinerário do My Maps
Para ficar mais fácil de entender o que tem para fazer na cidade, criamos um mapa utilizando o Google My Maps com os pontos turísticos separados por bairro.
O que fazer em Buenos Aires
Logo no caminho para a Calle Forida, nos deparamos com uma avenida fechada. E ao invés de carros, estava rolando uma feira com homenagem à cultura nórdica.
Curtimos um pouco os dragões, e elfos, e partimos para conhecer Buenos Aires.

Podemos dividir a cidade em 4 áreas turísticas principais:
- Centro: área formada pelos bairros de Monserrat, San Nicolás, e San Telmo. No primeiro, é onde se encontra a famosa Plaza de Mayo, se destacando a Casa Rosada. Em San Nicolás você se depara com a avenida mais larga do mundo, motivo mais do que o suficiente para deixar os portenhos orgulhosos, a avenida 9 de julio. Onde se encontra o Obelisco, uma visão de encher os olhos. Em San Telmo você encontra uma arquitetura mais européia, com um ar um pouco mais antigo, e com ares da imigração italiana. Todo domingo acontece uma das feiras mais famosas do mundo, a Feira de San Telmo;

- Recoleta: esse bairro se orgulha de possuir o super procurado, Cemitério de La Recoleta. Tem jardins muito bem cuidados, que estão sempre abertos ao público. Entre os parques se destaca a Floralis Genérica, uma flor metálica, orgulho da arquitetura dos hermanos;

- Puerto Madero: antiga zona portuária de Buenos Aires (daí o nome Puerto Madero). A partir de 1993, o bairro sofreu uma mudança drástica, com o maior projeto urbanístico da história de Buenos Aires. Um projeto que durou 7 anos e inaugurou um complexo de 170 hectares, onde armazéns foram substituídos por restaurantes, bares e discotecas. Uma região que se destaca pela sua beleza arquitetônica, como a Puente de Las Mujeres. Apesar disso tudo, fuja dos ALTOS PREÇOS do bairro, rs! Um exemplo disso, foi o café com leite que tomamos lá, que custava R$15;

- La Boca: localizado nas margens do rio Riachuelo, rio de águas bastante poluídas, que separa Buenos Aires do distrito industrial de Avellaneda. Historicamente colonizada por imigrantes italianos, principalmente advindos de Gênova. Construíram suas casas com o material que sobrava dos navios atracados no porto. Conhecida inicialmente por ser uma região pobre e violenta, o turismo foi uma maneira de levar uma nova fonte de renda aos moradores de La Boca. Dentre as calles, se localiza o El Caminito, com muitos restaurantes, casas pintadas, estátuas e dançarinos de tango. Uma típica região turística. Andando por seus arredores, é possível encontrar ótimos restaurantes que retratam mais a cultura dos moradores do bairro. La Boca também é conhecida entre os fãs de futebol, por conta do famoso time Boca Juniors, o time do bairro que tem como estádio o gigantesco La Bombonera, que revelou tantos e tantos craques para o futebol mundial: Riquelme, Palermo, Carlitos Tévez, e claro Maradona.

- Palermo: o bairro mais boêmio de Buenos Aires, com diversos restaurantes ao ar livre. Aliás, ótimos restaurantes. Também tem muitas lojas, outlets e muitos parques com pessoas correndo, andando de bicicleta, ou passeando com seus cachorros. O bairro abrigava um zoológico que ficava no cruzamento entre duas avenidas. Um barulho ensurdecedor, que tornava a vida dos animais um verdadeiro pesadelo. Nesses últimos dias saiu a notícia de que o zoológico será fechado. Esperamos que esses animais tenham como destino um lugar mais tranquilo.

Itinerário do My Maps
Para ficar mais fácil de entender o que tem para fazer na cidade, criamos um mapa com os pontos turísticos separados por bairro.
Em cada ponto turístico contamos um pouco das informações do local. E é possível abrir o mapa no seu celular usando do aplicativo do Google My Maps. Tanto para Android quanto para iOS.
Na nossa viagem conseguimos configurar o uso do mapa offline apenas no android. Se alguém conseguir pro iOS, avisa a gente :D.
Segue aí o mapa:
O que fazer em San Telmo
Andar pelas ruas de San Telmo foi muito bom.

Nos sentíamos realmente respirando outros ares, que hoje podemos chamar de ares portenhos. Muitos restaurantes, pizzarias e cafés tradicionais com fachadas muito características.
Também é o bairro onde acontece a tradicional Feira de San Telmo. Essa que só acontece aos domingos.

Escultura da Mafalda
Essa personagem sempre familiar aos nossos olhos (embora confesso que nunca fui um grande conhecedor de seus quadrinhos), Mafalda é muito famosa pela Argentina, e pelo resto do mundo.
Inicialmente, existia apenas a escultura da Mafalda. Hoje, ela ganhou a companhia de dois amigos, Susanita e Manolito.

Com o sucesso das estátuas, a região recebeu outros personagens, criando o Paseo de La Historieta. Se alguém fizer conte pra gente como foi 😉

Zajón de Granados
Continuamos andando por San Telmo, para visitar uma residência cheia de histórias.
Zajón de Granados, foi residência de uma família espanhola até 1830, e posteriormente cortiço de imigrantes. Após as epidemias de cólera e febre amarela em Buenos Aires.

Já na década de 80, a residência se encontrava em ruínas, caindo aos pedaços. Nesse mesmo ano, o local foi comprado por um empresário, para se tornar um restaurante.
Porém, quando começaram as obras, descobriram vestígios bastante preservados do que havia sido o antigo sistema hidráulico de Buenos Aires. A partir de então, foram feitas diversas obras para resgatar, e mostrar essa parte da história da cidade que parecia esquecida.

Essa casa cheia de histórias pode ser visitada nos horários abaixo, e com tour guiado. Não fizemos o tour, mas a caminhada para ver a fachada da casa, já vale a pena.
Casa Mínima
Distante apenas a uma esquina de Zajón de Granados, no número 380 da calle Pasaje San Lorenzo, se encontra outro imóvel bastante preservado. E com uma história e arquitetura bem peculiares.
A Casa Mínima é chamada assim, por possuir apenas 2,5 metros de largura. É a casa mais ESTREITA de toda Buenos Aires.
Ao lado existe uma casa relativamente grande, e essas diferenças arquitetônicas, retratam bem a história do lugar.

Na casa grande morava uma família espanhola de elite, enquanto na mínima moravam seus escravos recém libertos.
Isso era comum no passado de Buenos Aires, e quando os escravos morriam, estas casas pequeninas tornavam a ser de posse da família espanhola. Que muitas vezes destruía estas pequenas casas.
No caso da Casa Mínima, o surto de cólera e febre amarela, fez com que as famílias espanholas saíssem de San Telmo antes de destruí-la.

Na Casa Mínima não existem móveis. Suas paredes, portas e dobradiças originais do ano de 1807, retratam o clima sinistro dessa pequena casa.
A visita só é possível através de grupos fechados, agendando pelo site.
Uma discoteca projetada por Gustavo Eiffel
Gustavo Eiffel, foi o mesmo cara que projetou a TORRE EIFFEL EM PARIS!
E em Buenos Aires, planejou esse prédio localizado na Calle Peru 535. Um prédio com características arquitetônicas marcantes do século XIX. Construído originalmente para ser uma ferraria, tanto que no seu topo, existe a estátua de um ferreiro.

O tempo foi passando, e hoje em dia esse famoso prédio se tornou a discoteca Club Museum! Então para que ir até Paris, não é? ahhaha
Av. 9 de Julio e Obelisco
O cartão postal de Buenos Aires, está localizado na avenida 9 de Julio, um orgulho da cidade. A avenida mais larga do mundo! Totalizando 16 pistas!!!

Na esquina desta com a avenida corrientes, está o gigantesco Obelisco, com 67 metros de altura! Erguido em 1936, em homenagem aos 400 anos de fundação de Buenos Aires.
De lá é possível ver o enorme rosto de Evita Perón, uma personagem mais que histórica de Buenos Aires.

Essa região é onde fica o centrão de Buenos Aires, com muitos prédios modernos, e uma barulheira do c**** hahahah.


Teatro Colón
Seguimos caminhando (sim, é tudo muito próximo, e é uma MARAVILHA a possibilidade de chegar em tantos lugares andando). Saímos um pouco do centrão, e chegamos em uma área com uma praça super bonita e com muito verde. A belíssima Plaza Lavalle, cercada por prédios com uma arquitetura histórica e imponente.

Dentre estes prédios, se destaca o Teatro Colón. Um marco da arquitetura de Buenos Aires, que mescla elementos arquitetônicos franceses e italianos. Considerado em 1989 como Monumento Histórico Nacional da Argentina.
O que mais nos orgulha nesse teatro como latinos, é que ele é considerado também, um dos 5 melhores teatros do MUNDO em questão de acústica (alguns o elegem como o melhor do mundo).

O teatro passou por uma grande reforma entre os anos de 2006-2010, para se manter atualizado à tecnologia atual.
No site do Teatro Colón você pode se informar dos eventos, e comprar ingressos para apresentações.

Todos os dias (inclusive feriados) ocorrem visitas guiadas custando 110 pesos argentinos das 9h-17h. A visita dura 50 minutos.
O que fazer na Recoleta
“Entramos” a pé no bairro da Recoleta. A arquitetura passa a ser mais moderna comparada ao centro, algo mais próximo das construções atuais.
Mas nada que tire o ar portenho do bairro, que se destaca por um estilo de vida mais boêmio, e com um público mais jovem.

Turisticamente o bairro é conhecido por abrigar o Cemitério de La Recoleta, famoso por possuir túmulos arquiteturalmente bonitos. E um cemitério onde muitas personalidades argentinas foram enterradas. Se destacando o túmulo de Evita Perón.
El Ateneo Grand Splendid
Esta livraria foi considerada a 2ª livraria mais bonita do mundo, em 2012!
A livraria El Ateneo Grand Spledind, foi construída dentro de um antigo teatro, mantendo ainda a cúpula e as varandas originais. O teatro era o Grand Splendid, construído em 1919 por Max Glücksmann, dono da gravadora Nacional-Odeón, que cuidava do “nada famoso” Carlos Gardel. Maior cantor de tango da Argentina.

Mesmo se não estiver pensando em comprar algum livro, vale a visita!

O lugar é lindo, mas na minha humilde opinião, não chega aos pés da Librería del Avilá.

Buenos Aires Design
Passamos batido pelo Cemitério de La Recoleta. Apesar de ser tão famoso, não nos sentimos bem visitando cemitérios em viagem, vai de cada um né! AHHAHA

Seguimos então para o Buenos Aires Design, que foi uma furada. Na nossa cabeça o lugar seria um shopping todo inovador, de design, das tendências tudo. Mas na realidade é um shopping de movéis. E só! ahahha

Parque de La Memoria de Buenos Aires
A Argentina trata as memórias dos tempos de ditadura militar, de uma forma totalmente distinta do que fazemos no Brasil.
O período da ditadura militar perdurou na Argentina, entre os anos de 1966-1973. Um período tão sangrento quanto o que vivemos aqui.

Enquanto nossos hermanos chamam esse período de Terrorismo de Estado, e tratam de relembrar essa história para que ela não se repita, no Brasil, vivemos um tempo no qual algumas pessoas voltam a pedir a intervenção militar.

O acesso ao parque é totalmente gratuito, e está localizado em uma região privilegiada de Buenos Aires. Ao lado do Rio Del Plata, na zona norte da cidade.

Em 1998 foi aprovada uma lei que permitiu a construção do parque, que tinha como objetivo trazer recordações das pessoas que sofreram com essa mancha na história argentina.
Infelizmente não é muito fácil ir da Recoleta até o Parque de La Memoria, e como tínhamos pouco tempo até o anoitecer, enfiamos a mão no bolso, levantamos o dedo e pegamos o táxi.



O trajeto durou de 20 a 30 minutos, e gastamos mais do que imaginávamos =/.
O Parque de la Memoria é fantástico! Com monumentos, muito, muito marcantes. Que nos fazem refletir não apenas sobre o passado, mas também sobre o presente.
A proibição das manifestações públicas



Durante o período da Ditadura Militar, o Rio del Plata foi o túmulo de muitas pessoas vítimas do terrorismo de estado.
A obra abaixo é uma homenagem à esses heróis que se perderam. Se chama Retrato de Pablo Miguez. Pablo Miguez desapareceu ainda garoto com 14 anos, vítima do Estado. Se estivesse vivo, teria a mesma idade do artista Claudio Fontes, autor da obra.

30.000, foi o número estimado de pessoas que desapareceram durante a ditadura. A obra abaixo possui esse nome, e foi inspirada na história de seu próprio artista Nicolás Guagnini.

Seu pai, desapareceu em 1977, e seu corpo nunca foi encontrada. A obra é composta por 25 prismas, cada um com um pedaço da imagem, que só é formada, à partir de um único ângulo de vista.

Além do parque, existe também um museu, o Museo de la Dictadura Militar. Com fotos, vídeos, e campanhas publicitárias da época.

Na nossa opinião, um ponto turístico OBRIGATÓRIO!

MALBA – Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires
Depois de passar o final de tarde no Parque de La Memoria, pegamos mais um táxi para ir até o MALBA que fica no bairro de Palermo.
Durante o trajeto de táxi, percebemos que essa história de taxista enganar turista é verdadeira.
A distância que pegamos na ida ao parque, e na volta, era praticamente a mesma. Mas o valor saiu muito mais caro. Descemos nos sentindo enganados, fazer o quê.

O MALBA é um museu que todos nós latinos, podemos chamar de nosso!
Um museu dedicado em mostrar obras de artistas latino-americanos. Na minha cabeça, algo que mostra para o mundo inteiro que também fazemos arte, e DAS MELHORES VIU!?. hahah
Abriga obras de conhecidíssimos artistas latino-americanos, como Frida Kahlo, e Fernando Bottero, por exemplo. E entre os brasileiros, a famosa pintura Abaporu, de Tarsila do Amaral e Festa de São João de Cândido Portinari.





Apesar do alto valor do ingresso, o passeio é único!
Horário: quinta a segunda-feira, incluindo feriados das 12h às 20h. Quarta-feira fica aberto até 21h, e permanece fechado às terças.
Endereço: Avenida Figueroa Alcorta, número 3415.
Preço: SALGADO! 60 pesos argentinos por pessoa