Resumo do relato
História do Vulcão Pichincha, Como chegar ao TelefériQo de Quito e Como chegar ao Vulcão Pichincha, Como fazer a Trilha para o Vulcão Pichincha.
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Fui para o Equador em setembro de 2014 (todas as informações desse post estão com valores atualizados), a primeira viagem que eu iria encarar sozinho!
Eu e a Mari ainda não nos conhecíamos, mas acredito que a transformação que a viagem causou em mim, foi um dos motivos que me levou ao encontro dela.
Sentir falta de oxigênio, as pernas ficando pesadas há cada novo passo, dificuldade de raciocinar ao mesmo tempo que caminha.
Um enorme cansaço recompensado não só pelas lindas paisagens, e principalmente por estar ESCALANDO UM VULCÃO NO MEIO DO ANDES DO EQUADOR!
História do Vulcão Pichincha
Pichincha é a montanha aos pés da qual se ergueu a capital do Equador, Quito.
O Vulcão Pichincha é um dos mais de 50 vulcões do país.
Possui vários cumes, resultado das diversas erupções ao longo de seus milhares de anos.
Passear pela região central de Quito é dar de cara sempre com o Rucu Pichincha (“rucu” em Quechua significa “velho”), o segundo ponto mais alto da montanha a 4.698 metros de altitude.
Subindo um pouco mais a montanha, localizada à 4.794 metros de altura está Guagua Pichincha (“guagua” em Quechua, significa “criança”), duas crateras uma dentro da outra, ainda abertas e ativas.

Conviver com um vulcão ao seu lado, como podem imaginar, traz muitos riscos.
O Vulcão Pichincha entrou em erupção nos anos 1534, 1539, 1566, 1575, 1588, 1660 e 1662.
Neste último a cidade de Quito ficou coberta por 30cm de cinzas!
Quase dois séculos se passaram com o vulcão adormecido, fazendo com que muitos geólogos passassem a acreditar que o vulcão estivesse inativo.
Porém em março de 1859 o imprevisível Pichincha deu as caras novamente. A cratera Guagua entrou em erupção causando um desastre que matou 5 mil pessoas, e quase destruiu toda a cidade de Quito.
Sua atividade mais recente se deu em 1999 (faz pouco tempo né?), uma erupção que chegou a jogar cinco toneladas de cinzas sobre Quito, e uma fumaça que chegou a 20km de altura e encobriu o céu.
A sorte de Quito foi que a cratera estava voltada para a face oeste, poupando a cidade da lava.
Pensar no sentimento de uma cidade inteira ao sentir um vulcão em erupção, é quase impossível para nós brasileiros, pois não temos nenhum vulcão em nossos arredores.
Para tentar entender esse sentimento encontrei esse vídeo no youtube, que mostra o momento da erupção do vulcão.
Também achei muito interessante ler sobre o acompanhamento das atividades no vulcão:
8 de outubro de 1999
Uma grande explosão ocorreu no dia 7 de outubro, às 07 h e 06 min, produzindo uma nuvem de cinzas com forma de cogumelo que ascendeu no mínimo a 12 km acima do vulcão. Este evento foi precedido por uma grande erupção de cinzas no dia 5 de outubro, que causou problemas respiratórios em muitas pessoas e a morte de um homem. Quatro outras pessoas foram feridas quando limpavam o teto de suas casas. O aeroporto de Quito foi fechado na terça-feira e reaberto na quinta-feira. A cidade de Quito permanece em alerta amarelo, rebaixado na segunda-feira do alerta laranja da semana passada.
18 de outubro de 1999
No dia 17 de outubro ocorreu uma forte explosão no vulcão Guagua Pichincha, formando uma coluna de erupção com 10 km de altura. Este evento provavelmente marcou a destruição domo no 1. Na manhã do dia 18 de outubro, foi possível observar desde a cidade de Quito uma coluna de vapor que alcançou uma altura de 2,5 km.
28 de outubro de 1999
Embora não tenha havido explosões nos últimos dias no vulcão Guagua Pichincha, a sismicidade continua elevada. A contagem dos tremores mostrou um ligeiro incremento no número de sismos, junto com um crescente aumento na energia que estes eventos liberam. No dia de hoje, foram identificados 25 eventos sísmicos vulcano-tectônicos, 13 sinais de queda de rochas, 570 tremores híbridos e 2.426 terremotos de longo período. Observações visuais do interior da cratera indicam que o domo no 2 está crescendo, e que a atividade fumarólica continua importante.
Fonte: Escuela Politecnica Nacional – Instituto Geofísico (Equador), Volcano World e Smithsonian Institution – Global Volcanism Program
PS: Todo texto acima foi encontrado no site: http://www.vulcanoticias.com.br/portal/outubro
Mas nem só de erupções é feita a história do Vulcão Pichincha.
Em 24 de maio de 1822, há mais de 3 mil metros de altura, aos pés do Vulcão Pichincha aconteceu a Batalha de Pichincha.
A batalha ocorreu dentro do contexto da Independência da América Espanhola, entre o exército Separatista (forças que queriam a separação) e o exército Real (forças leais à Espanha).
Com a vitória das forças separatistas, Quito se viu livre do domínio espanhol, o que abriu as portas para surgir futuramente a República do Equador.
Resumindo, nem precisa subir o vulcão para se encantar com essa verdadeira força do Planeta Terra.

Como chegar ao TelefériQo de Quito e Como chegar ao Vulcão Pichincha
O começo da trilha fica no topo do TelefériQo de Quito.
Mesmo que você não vá fazer a trilha para o topo do Vulcão Pichincha o passeio para o TelefériQo já é imperdível!
Começando pelo excêntrico nome, que tem o Q no lugar do C, justamente para mostrar que é um lugar exclusivo de Quito.
O TelefériQo é um dos maiores orgulhos do Equador.
Situado a 4 mil metros de altura, é um exemplo de engenharia, e disputa o título de teleférico mais alto do mundo.

O jeito mais comum de chegar até o teleférico é pegar um taxi até o ponto de ônibus gratuito que leva à bilheteria do teleférico de Quito.
Saindo do bairro de Mariscal o táxi custa U$ 5, saindo do centro histórico de Quito o táxi custa U$ 8.
No meu caso era o meu primeiro dia de viagem e eu estava com MUITA energia para gastar.
Estava hospedado no centro histórico de Quito, no Community Hostel, e ao invés de pegar táxi ou ônibus até o TelefériQo, resolvi ir a pé.
Uma longa caminhada de 5km que valeram muito a pena!

A estrutura do TelefériQo é bem organizada, e aparentemente bem segura.
O trajeto de 2km que te leva de 3.100m a 4.000m de altitude custa U$ 8,50 e proporciona uma vista realmente inesquecível.
Na base do alto, há um restaurante e uma lanchonete, porém com preços mais salgados do que da parte de baixo.
Se deseja economizar, o melhor é levar comidas na mochila, pois te garanto que você vai precisar.


Como fazer a Trilha para o Vulcão Pichincha
O primeiro aviso aqui é a dificuldade da altitude, lembrando que você está a 4.000m de altura.
Vai ser normal sentir falta de ar no caminho, e por isso aconselho não fazer a trilha sozinho. Pois há sim o risco de se passar mal.
E para evitar esse risco, além de companhia é essencial levar muita água, comida e chocolate.


Quem faz a trilha tem como objetivo chegar no pico Rucu Pichincha, o segundo pico mais alto da Montanha de Pichincha.
A trilha tem extensão de 5km, e todo esse caminho é APENAS SUBIDA!
Então esteja preparado para ficar sem ar, e fazer várias paradas estratégicas no caminho.
Infelizmente não é possível chegar até a cratera Guagua Pichincha, então não espere ver a caldeira do vulcão.


A trilha é inteira bem marcada, com diversas sinalizações e um caminho de terra bem demarcado.
Acredito que os 2 primeiros km de trilha são bem tranquilos, pois a subida não é tão íngreme.
A partir do km 3 começa a ficar mais difícil, em alguns momentos senti uma certa tontura, e parei diversas vezes para descansar (uma das coisas erradas que eu fiz foi ter feito a trilha sozinho, novamente não recomendo fazer isso).


Depois de percorridos uns 4,5 km que duraram por volta de 3h, os últimos 500 metros exigem um grande esforço e uma boa dose de coragem. Pois não existe mais um caminho a ser seguido, agora é necessário fazer uma subida até o pico Rucu Pichincha.
Infelizmente desisti de subir ao topo, me deu um certo medo de escorregar e estava sozinho por ali =/, mas nada que tire toda a magia das paisagens vistas de cima do Vulcão Pichincha.


A volta, do ponto de vista de respiração é bem mais fácil, porém terá que trabalhar mais seus joelhos.
Demorei umas 2h na volta até o TelefériQo, tempo de contemplar mais um pouco daquela vista única para cidade de Quito.
COMENTÁRIOS
4 COMENTARIOSLiliane
jan 16, 2019Você está de parabéns!! Seu blog é demais! Viajo para o Equador em fevereiro, e vai me ajudar muito!!
Mari Sanefuji
fev 11, 2019Oi Liliane, tudo bom?
Que legal, obrigada pelo feedback, espero que as dicas te ajudem 😀
Beijos,
Mari
Suely del grossi
abr 4, 2019Gostei muito Sou uma senhora viajante de 72 anos sSuas dicas são valiosa já que poucas pessoas da minha convivência conhecem Quito .Viajo agora em abril e espero aproveitar seus comentários
Mari Sanefuji
jul 1, 2019Oi Suely, tudo bom? Obrigada pelo feedback, e desculpe a demora em responder! Espero que tenha feito uma ótima viagem 🙂